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Porque dizem que a música atual é "fraca"

A geração um pouco mais velha sempre se orgulhou bastante do que ouvia quando jovens. Os que não possuem tanta idade como nossos pais também são fãs de músicas mais nostálgicas. Não apenas por isso, mas parece que qualquer pessoa que tenha nascido antes de 94 não é um fã do mercado musical atual.

Independentemente do gosto particular de cada um, é trivial que a música hoje foi banalizada. Não me refiro a estilo X ou estilo Y, entretanto trabalhar nesse show business é mais fácil do que se parece. Claro que há muitas quantidades de bandas espalhadas pelo Brasil, e ao que dá aparecer escolhem apenas as mais vendáveis.

Até o final dos anos oitenta homens formados eram músicos. Era preciso ser estudado e saber tocar muito bem para botar o pé no caminho certo. Eu não digo que os músicos devem ser Matusaléns, longe de mim. Porém é notório que os novos músicos mal saíram da adolescência e não possuem grande experiência de vida para espairecer nas canções. Além do mais o padrão de música foi misturado com o padrão estereotipado de beleza. Não importa o quanto você fale bobagens desde que tenha um belo rosto para aparecer nas revistas teen [que normalmente são vendidas para adolescentes sem muita cultura ou de alto poder financeiro].

Ainda há boas músicas para se ouvir, o problema é que as pessoas buscam o que agrada ao olhar. É assim no sertanejo universitário (aposto dado a qualquer som do século XXI), black music (bombados fazendo pose de gangsters) e no forró (que costumava ser bom até que começaram a por bailarinas semi-nuas para ter qualquer tipo de audiência).

Com a propagação da internet é bem fácil conhecer algum músico novo e acompanhar seu repertório. É natural as pessoas admirarem alguém, todos têm seus ídolos. Aquilo que me pergunto bastante é se os jovens escolhem seus ídolos por não termos algum com mais qualidade ou se a falta de identidade entre os consumidores compulsivos os leva a sonhar com alguém que não exista no mundo real. Falo isso por que aquela da pessoa tem os pés de barro, como se amar alguém que nunca se viu na vida?

De certo modo a mídia também é culpável pela ruína de nossa música. Propaga corpos lucrativos e não talentos anônimos como antes. É muito viável dar holofote para alguém que ajude a ocultar o problema do que levantar um ídolo que possa por alguma mensagem ou juízo na cabeça dos fãs. Isso até me lembra um trecho de Alagados dos Paralamas do Sucesso:

“Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé
em quê
A
arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê”

A mídia e a música sempre andaram de mãos dadas, só que uma sobrevive para sempre e a outra não. Basta fazer um estudo da nossa pátria para perceber o quanto a mídia fazia algo apenas em seu proveito próprio. Se antes divulgavam Geraldo Vandré, Raul e outros mais eram por que esses batiam o pé contra a ditadura, que por sua vez impedia a mídia de trabalhar.

No caso dos anos oitenta a música teve uma liberdade muito maior com a queda da censura. Os poetas faziam sua música com afinco, tentando passar uma mensagem sobre o lugar que viviam. Porque eles acompanhavam o Brasil e sabiam (como todos sabem) que não somos o país da Gabriela Cravo e Canela ou Garota de Ipanema. Somos o país do Espetáculo do Circo dos Horrores e do Brasil que tem que mostrar a cara!

Caso eu quisesse poderia fazer um texto muito maior, só que os que deveriam lê-lo nunca o farão. Com certeza estarão fazendo algo de maior utilidade como sonhar em ser dependente de um príncipe encantado, ficar no twitter vendo o ídolo gatinho, assistindo os acessos da vida ou lendo alguma revista ditadora de padrões sociais vazios.

Enfim, a mensagem final é a seguinte: antes de acompanharem o naturalismo que vos cerca tentem estudar um pouco mais para criar uma opinião própria. Não interessa em qual matéria você vá se formar desde que seja uma pessoa inteligente o bastante para auxiliar no crescimento moral, ético e espiritual do Brasil.

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